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Melhores práticas de downsizing

Um dos compromissos mais importantes dos empreendedores com o Brasil é a
geração de empregos de qualidade. No entanto, aconteceu uma crise que não pôde
ser prevista e não tem precedentes. Neste cenário de redução brusca de receitas,
dificuldades de acesso a capital e incerteza em relação ao futuro, empreendedores se
viram forçados a lançar mão de um recurso extremo para salvar o negócio e os demais
empregos: desligar uma parte do seu time dos sonhos.
Demitir deve ser a última opção. E, quando for realmente necessário, o processo de
downsizing deve ser conduzido em conformidade com a lei e do modo mais
humanizado e respeitoso. Além disso, as lideranças podem e devem ter um papel
decisivo na recolocação desses profissionais.
Como estruturar o downsizing?
As etapas do processo de desligamento devem ser estruturadas de modo que a
empresa minimize riscos de processos judiciais, forneça a orientação necessária para o
colaborador e colha feedbacks para melhorar as práticas internas. A seguir, listamos
boas práticas para alcançar esses objetivos.
Tenha procedimentos pré-estabelecidos
É necessário que toda empresa tenha uma política para demissões, elencando os
procedimentos e quais atitudes devem ser tomadas. Além disso, as lideranças
precisam estar alinhadas para agir de forma empática e humana e evitar
constrangimento e/ou qualquer tipo de desconforto para o funcionário.
Lembre-se que é um momento delicado para as pessoas, então, procure fazer de
forma transparente e consistente, comunicando com clareza a estratégia e premissas
que guiaram a decisão de desligamento em massa. O ideal é que o anúncio seja feito
de uma vez só, ao mesmo tempo, uma vez que chamar um por um passa um
sentimento de incerteza negativo para a empresa. Porém, o líder precisa se
disponibilizar a falar com todos individualmente em seguida.
Faça uma entrevista demissional bem conduzida
A entrevista demissional tem de ser voluntária e deve ser aplicada tanto em quem
pede demissão como em quem é demitido.
No processo, é preciso ser imparcial e deixar o profissional à vontade para fazer todas
as suas pontuações. Além de ser algo relevante para a organização, que pode acolher
dúvidas e contribuir para futuras melhorias, também é um momento em que a pessoa
pode se expressar livremente e deixar sua opinião sobre o local e as pessoas com
quem trabalhou.
Para a área de compliance, a entrevista demissional pode ser vista também como um
importante canal de mapeamento de falta de compliance.
Aplique a entrevista no momento certo
Não se deve aplicar a entrevista imediatamente, uma vez que o processo de demissão
é emocionalmente desgastante. É importante que a empresa dê um tempo para a
“maturação” da nova situação.
Existe a possibilidade de tornar a entrevista demissional mais ágil, que é aplicá-la
através de um sistema online, em que o profissional pode responder as questões com
calma, em um ambiente tranquilo e sem se sentir pressionado.
Tenha uma comunicação clara em todo o processo de downsizing
Ao finalizar todos os procedimentos formais, cabe ao RH informar os próximos passos
e deixar claro quais são os prazos e locais para realizar exame demissional, todos os
documentos que precisam ser entregues e, até mesmo, o que precisa fazer para dar
entrada no seguro desemprego, quando tiver direito.
Os documentos necessários são:
termos de rescisão do contrato de trabalho;
recibos de entrega de documentos;
folhas de exame demissional;
formulários de entrevista ou pesquisa de desligamento.
Na maioria das organizações, o procedimento é realizado via e-Social. Assim, não se
esqueça de dar baixa tanto nos sistemas internos como na plataforma do governo.
Avalie o RH e o processo demissional
Como etapa final, é preciso avaliar como foi o processo, fazer um levantamento de
lições aprendidas e quais são os pontos de melhoria. Dessa forma, veja o que pode ser
mudado para tornar as etapas mais efetivas, como orientações para os líderes e
colaboradores envolvido